quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Enquanto isso, em Sobral, o popular é colocado em dúvida

            Popular. Eis uma palavra-chave para entender a ideia desse post, pois foi com a intenção de agradar o povo (de ser popular) que esta história começou: o governo do Ceará pagou R$650.000 para que Ivete Sangalo apresentasse um show na abertura de um hospital em Sobral, interior do estado. Esse valor está muito acima do que ela costuma cobrar em cada show e, convenhamos, 650 mil é um dinheiro que podia ser muito melhor aplicado em outras necessidades do lugar (como no próprio hospital). Algo está muito errado nesses negócios e eles são exemplo de uma mentalidade impregnada em muitas políticas no Brasil e no mundo.

            Apresentamos, então, nosso odiado populismo (sim, derivado do nosso amigo popular). Talvez você se lembre de ouvir falar do termo nas suas aulas de história da 8ª série (ou não) para descrever o governo de Getúlio Vargas. A questão é que o populismo é um governo que consegue apoio a partir de carisma e de medidas aparentemente benéficas ao povo. 'Tá legal, vamos a exemplos: sabe quando aparece um político que anuncia com o maior entusiasmo um programa tipo o Bolsa Família dizendo que vai mudar a vida de muitas famílias e acabar com a desigualdade social? Eis uma medida populista. O cara consegue o apoio do povo através de um jeitinho todo confiante de falar propondo soluções que não são eficientes. A verdade, no exemplo, é que esse tipo de medida  não resolve nada, mas só ameniza a situação, já que o problema da desigualdade está em questões muito maiores, como a educação. E, finalmente, o governador do Ceará, Cid Gomes, também mostrou-se populista quando contratou Ivete Sangalo na abertura do hospital de Sobral. Ele queria conseguir apoio político através de diversões populares ao invés de ações que realmente melhorassem a qualidade de vida das pessoas.

 
Trágico, mas é bem por aí...



           A ação dos políticos está meio ao contrário (assim como a educação). Hoje, eles se preocupam com eles mesmos ao invés de se preocupar com o coletivo, com a sociedade. Não podemos nos deixar enganar com "políticas" que iludem, mas devemos procurar e exigir por mudanças que de fato melhorem nossa qualidade de vida. Denuncie no facebook, dê suas opiniões no twitter, discuta com seus conhecidos, concorde, discorde, duvide, questione o popular, enfim ... Marque sua presença. Fazer política é muito mais simples e prazeroso do que parece.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sinceras homenagens paulistanas

          Como hoje é o 459° aniversário de São Paulo e como nós, d'A Equipe, somos orgulhosos paulistanos, não podemos deixar de fazer nossa homenagem à cidade. Na verdade, nossa homenagem é apenas o compartilhamento de uma outra homenagem muito maior feita por Caetano Veloso na música Sampa. É só dar play no vídeo aí embaixo e curtir :)

 

             Não se pode negar que São Paulo tem problemas e defeitos, mas ela certamente não deixa de ter seus muitos atrativos e qualidades. Deixamos aqui nossos sinceros parabéns à cidade, que nos envolve nessa relação de amor-ódio que vários de nós temos com ela. 
             Sampa: cidade mais que maravilhosa.



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sobre um novo sistema de ensino médio


“O ensino médio brasileiro é muito chato” - estas são as palavras de Maria Inês Fini que, por sinal, não é uma estudante de ensino médio e, sim, doutora em educação e idealizadora do Enem!

Cá entre nós, a doutora tem razão. Lidar com o método universalista de ensino (todos têm que saber um pouco de tudo), uma das principais características do ensino médio brasileiro, é muito chato, desestimulante e cansativo, além de ser difícil de se acompanhar. Tão difícil que, a cada 100 alunos que ingressam no ensino médio brasileiro, 35 não completam o curso.

Além de tudo isso, o EM do Brasil se mostra ineficiente. Segundo os últimos dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o ensino médio obteve média de 3,7 (em uma escala que varia de 0 a 10!!).

Mas... e aí? Como resolver todos esses problemas?

Para o cientista político e autoridade em educação Simon Schwartzman, a solução é bem simples: basta permitir que os alunos de ensino médio estudem apenas as matérias que desejam/gostam. Se houvesse a implantação dessa política de ensino, os estudantes se sentiriam bem mais motivados para se dedicarem à escola, o que acabaria com os problemas do EM brasileiro. Frequentar a escola passaria a ser menos cansativo e mais prazeroso.

Genial! Já que todos os problemas teriam um ponto-final com o tal sistema de ensino, por que o Governo Federal não o implanta logo?? Além do mais, países com grande reputação, como a Alemanha e a Inglaterra, fazem uso desse método de ensino desde a década de 90!

Bem, nem tudo são maravilhas. A verdade é que a adoção dessa política de ensino traria também vários fatores negativos. Aí vão alguns deles:
- Pensamos que, na escola, educação de base é mais importante que educação profissional. É bem simples compreender o porquê. Se estudantes começassem a ter desde cedo - ainda na escola - educação que tem como único foco o ingresso no mercado de trabalho, estes se tornariam, provavelmente, profissionais “ignorantes”. Em outras palavras, um profissional que é expert em uma área específica, mas com uma visão muito restrita da sociedade e do mundo;
- Alunos de Ensino Médio têm, em média, 15 ou 16 anos, idade em que boa parte dos jovens está no auge de sua indecisão profissional. (dizemos isso porque a equipe, composta por membros dessa idade, se encontra nessa situação :P).
- A implantação desse novo sistema de ensino teria de abranger todo o território nacional. Se isso não é feito, a medida acaba tendo um efeito inverso. Em 2008, o Governo de Minas Gerais adotou esse sistema, dando aos estudantes do 2º Ano do EM o direito de cursar as matérias da área de seu interesse (Ciências Humanas, Exatas ou Biológicas). O resultado foi, ao contrário do que era esperado, a insatisfação dos alunos, já que se sentiram extremamente prejudicados na hora de prestar vestibular.
Resumindo em um período: a medida, que pretendia trazer satisfação aos estudantes, foi um fracasso total, pois fez justamente o contrário.

Bem, nosso objetivo não é persuadir você, leitor, a tomar determinado ponto de vista. É por essa razão que tentamos mostrar aqui “os dois lados da moeda”, ou seja, tanto as vantagens quanto as desvantagens do sistema educacional em questão. Apenas gostaríamos de convidá-lo a pensar mais sobre as coisas, principalmente aquelas que dizem respeito ao sistema.

E lembre-se: a princípio, acreditar que você pode mudar o status quo* é mais importante do que mudar o status quo.

*Segundo a fonte mundial do conhecimento (Wikipedia), status quo "é uma expressão latina que designa o estado atual das coisas, seja em que momento for." Assim, convocamos você, leitor, a sair do conhecido e pensar na inovação.


Jay V.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Sobre como tudo está meio ao contrário


               A careta que as pessoas fazem quando ouvem uma discussão sobre educação é quase a mesma que fazem quando ouvem uma sobre política. É estranho pensar como tudo está meio... ao contrário.

É estranho pensar como tudo está meio... ao contrário

               Ultimamente, a escola tem sido relacionada a duas coisas: 1) a um lugar em que você tem que fazer coisas das quais não gosta; e 2) a um lugar que vai te ajudar a ficar rico. Essas relações não existiram desde... sempre; elas são recentes e problemáticas; muito problemáticas na verdade.
               Nossa sociedade valoriza demais o dinheiro, o lucro. Isso é bem perceptível, não? Dinheiro, dinheiro e mais dinheiro... as pessoas parecem viver por ele. É essa a raíz dos problemas da educação. Os ricos e poderosos veem nela uma ameaça aos seus privilégios. Imagine se toda a população tomasse consciência (fosse educada) sobre a cruel desigualdade social que existe no mundo; se todos soubessem que, enquanto milhões morrem de fome, uns poucos desfrutam de absoluta mordomia, esbanjando o desnecessário. Se isso acontecesse, esse sistema ia cair! A igualdade ia prevalecer e, consequentemente, esses ricos e poderosos iam perder seus privilégios. Mas isso não acontece. Para continuar dominando, esses caras tiram a consciência da população. E uma das formas de fazer isso é distorcendo a função da educação. Primeiro, eles apresentam o ensino de uma forma chata, fazendo o aluno perder o interesse pelo aprendizado; segundo, fazem o aluno pensar que a educação é apenas uma forma de tirar benefício próprio ganhando dinheiro. Assim, esquecemos que a educação nos ajuda a entender e melhorar o mundo. E, sem mudar o mundo, a injustiça em favor de uma minoria continua a existir.



               
                 Gostaríamos, agora, de acabar com um senso comum: educação não é sinônimo de formação escolar. A educação está nas ruas por onde você anda, nas músicas que você escuta, nas pessoas com quem você conversa, nos sites que você lê... A educação está em tudo que te acrescenta algo sobre o mundo; em tudo que possa te fazer pensar. Consequentemente, a escola está incluída na educação, mas a educação é algo muito mais amplo. Abra os olhos e comece a enxergar além. A educação te liberta.

                 Por fim, deixamos duas mensagens. A primeira é de incentivo à proatividade: faça acontecer. A educação (segundo a definição que demos) é a chave para a melhora; entretanto, ela mesma tem que ser muito melhorada. Então, ajude outras pessoas, aprenda com seus amigos, contribua da forma que puder. Cada mínima ação vale mais do que nenhuma ação. A segunda é de otimismo: vivemos um tempo de mudanças. As pessoas estão tomando consciência e o sistema está em crise.  O pensamento da sociedade tem andado meio "ao contrário": a educação, que contribui para o entendimento do mundo e para o desenvolvimento do coletivo, está sendo confundida com conhecimento inútil e com um meio de benefício individual. Mas surgem cada vez mais "revolucionários". E não pense nos antigos revolucionários, com guerras, morte e sangue; estamos aqui para fazer diferente, com novos pensamentos e novas ações, com toda a sutileza e ousadia de uma nova geração, como dignos filhos da revolução. Participe também; pense no novo.

Até o próximo post \õ.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Música e política: o que essas duas coisas tem a ver?

                  Como a música ainda não tem clipe oficial (e, por isso, não tem vídeo para assistir), seria legal escutá-la enquanto lê a postagem.

 
 
                   "Saquear Brasília" é o título da nova música do Capital Inicial. A letra descreve o clima clássico do "acabar em pizza" dominante no cenário da política brasileira, mas, principalmente, dá um grito de insatisfação que convoca o povo para a luta. E isso, caros leitores, é a ação política feita através da arte.

                    Tatola, locutor da Uol 89 FM, usou o som como base para o início de seu depoimento sobre a importância da música na política. Sim, na política. Músicas não servem apenas para dançar e falar de paixões. Elas traduzem sensações e sentimentos dos mais diversos tipos. E um desses vários sentimentos é o político. De fato, a arte como um todo (esculturas, quadros, instalações, grafites, literatura) tem um grande potencial político e, muuuito frequentemente, são utilizidas para esse fim. 



                    Curtiu a ideia? Várias outras músicas expressam esse grito de ação política. Geração Coca-Cola da Legião Urbana, A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana dos Titãs e Ouro de Tolo do Raul Seixas são umas dicas que deixamos. Conhece outras boas também? Deixa aí nos comentários. Sua contribuição é fundamental.
                  
                    Música faz muito bem. Aumente seu repertório a cada dia; sua mente também vai expandindo a cada dia. Até o próximo post.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A blogueira rebelde


                 Num lugar onde o terror impede que o governo e o povo questionem a opressão, uma garota de 11 anos toma coragem e faz sua insatisfação mobilizar seu país e o mundo. Lendo assim parece sinopse de filme de ficção, né? Mas não é. A história de luta de Malala Yousafzai contra o Talibã alcançou vários países e é exemplo do que a humanidade precisa para o século XXI.

                O Talibã trata-se de um "movimento político islâmico fundamentalista", traduzindo: um grupo de caras que decide seguir a doutrina religiosa de Maomé ao pé da letra e impõe suas crenças sobre o cotidiano de outras pessoas. O grande problema é que esse "ao pé da letra" depende das interpretações desses caras e, frequentemente, acaba levando a ações extremas (daí o fato de eles também serem chamados de extremistas). Atualmente, o Talibã atua no Afeganistão e no Paquistão. O grupo é responsável por massacres contra os cidadãos dos países onde age (para ter-se uma noção, contabilizaram-se mais de 5000 mortes numa única invasão), por tráfico humano (assim como a escravização) e por violenta opressão às mulheres. Tudo isso para intimidar a população e conseguir impor as doutrinas extremistas (bem extremo, não?).

http://www.spiegel.de/pics/52/0,1020,1444952,00.jpg

                  Em 2009, os talibãs tinham grande controle sobre o Vale de Swat, onde vivia Malala Yousafzai. Nessa época, quando tinha 11 anos de idade, a garota resolveu começar a escrever um diário para a BBC Urdu (urdu é a língua falada em algumas regiões do sul asiático). Desde o início, Malala denunciava anonimamente a injustiça a que as mulheres eram submetidas no que se referia à educação. O grupo extremista proibia a frequência escolar de garotas, explodia colégios e difundia o medo entre aqueles que ousassem questionar essas ações. Mas, a despeito do terror, a menina continuava a lutar pelos seus ideais. Lembrar do ditado "filho de peixe, peixinho é" cai bem: o pai de Malala, diretor de uma escola da região, também era um ativista (isto é, aquele que luta ativamente em prol de sua ideologia).

                  Malala Yousafzai cresceu, continuou a defender o direito de ensino feminino e saiu do anonimato. Suas entrevistas a jornais de todo o mundo mostraram a força da luta contra o Talibã. Contudo, o grupo reagiu e baleou a jovem paquistanesa na cabeça em outubro de 2012. Manifestações e orações  foram realizadas em seu país e em outras regiões do globo, mostrando a revolta com o grupo fundamentalista e o apoio à ação exemplar da jovem. Recebendo ajuda dos governos do Paquistão e do Reino Unido, a garota foi levada para um hospital na Inglaterra onde recebeu cuidados adequados e pôde sair com saúde no começo de janeiro.


                   A garota ativista tornou-se ícone mundial. Como disse Feryal Gauhar, do jornal Express Tribune do Paquistão, "A voz dela nos fez perceber que pode, sim, existir alternativas, e que pode haver resistência a todas as formas de tirania. Hoje, as tentativas de calar aquela voz só deixam-na mais forte; a mancha de sangue no uniforme escolar [que a garota usava quando foi baleada] só pode alimentar a convicção de que enquanto existir fôlego e vida, vai existir luta". A história inspira. Enquanto a garota mostra sua consciência de que a educação é a única forma de libertar-se da alienação que nos prende, grande parte dos jovens vê a escola como a prisão. Não estamos dizendo que você não pode questionar a escola. O ensino brasileiro e mundial tem, sim, que melhorar muito. E cada um de nós tem que fazer parte desse processo. A questão é que não se percebe mais a missão da escola. Esse assunto merece um post dedicado apenas à sua discussão. Por ora, ficaremos com isso.

                  Por fim, gostaríamos de salientar que em momento algum questionamos a religião islâmica. Questionamos apenas o modo como ela é interpretada e levada para o dia a dia. A falta de senso crítico é o problema. Aliás, como anda seu senso crítico? Será que você anda agindo sem pensar? Reveja suas ações e se pergunte se elas fazem sentido. É isso que desenvolve o ser humano.


Até o próximo post \õ.
               
Fontes:
http://www.bbc.co.uk/news/magazine-19899540
http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/ataque-taliba-contra-jovem-malala-mudou-o-paquistao-diz-pai,c7384cfb7e45b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/24875/ativista+paquistanesa+anti-taliba+tem+poucas+chances+de+sobreviver+diz+medico.shtml 
http://en.wikipedia.org/wiki/Taliban#Oppression_of_women 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Taliban











quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O Rap que faz pensar

        Já ouviu um daqueles raps com trechos que te provocam e fazem você refletir sobre o mundo? Não?
Aí vai uma dica então.
           O projeto Rap em Cartaz pretende espalhar pelas ruas de São Paulo cartazes que façam pensar. É uma iniciativa, no mínimo, de grande utilidade contra a alienação. Costumamos aceitar o mundo como ele é, sem jamais nos questionarmos sobre se ele deve ser assim. E se a realidade pudesse ser melhor? Que tal experimentar o novo? Dê uma olhada nos cartazes e pense um pouco.
          
            A ideia, porém, ainda não foi para as ruas. Para isso, o projeto precisa de ajuda financeira. Quer contribuir? Só entrar no link da campanha.

E lembre-se: questione.
Mais informações em: Catraca Livre e Blog do Rap em Cartaz

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

"Vocês vão ter que me engolir!"

       O título desse post foi o grito de emoção de Zagallo, técnico da seleção brasileira em 97, após a conquista da Copa América na Bolívia. É com êxtase quase tão intenso (combinemos que o sentimento de Zagallo foi único) que anunciamos: A Equipe está voltando à ativa.


       É muitíssimo provável que migremos para outro link por causa de... sei lá, motivos técnicos. Por ora, continuaremos com postagens por aqui mesmo.

       Vocês não perdem por esperar. O  blog volta com grandes novidades.
       Até breve.